Poucos versos, muitas imagens. Uma sonoridade leve (leiam em voz alta, pausadamente), uma fusão de flashes oníricos, uma tecitura melancólica. O olhar do eu poético passeia por lembranças dos seus mortos. Lembranças que viajam (des)ordenadamente “ Por campos de outrora/e pelos campos do meu sonho”, deixando o eu poético entre a fugacidade das lembranças e a saudade de nostálgicas imagens. Poema cuja concisão consegui atingir a etérea essência da saudade.
Belo poema!
Visitação
(Luciano Maia)
O meu olhar demorou
mas por fim entreabriu
o quadro emoldurado de luz e neblina
onde galopam os alazões
da longa e enluarada
noite dos meus mortos.
Por campos de outrora
e pelos campos do meu sonho
agora eles viajam
e regressam num instante
enquanto demoramos em sua falta.
(Obs.: o autor autorizou a postagem do poema acima.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário