sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Visitação, de Luciano Maia

Poucos versos, muitas imagens. Uma sonoridade leve (leiam em voz alta, pausadamente), uma fusão de flashes oníricos, uma tecitura melancólica. O olhar do eu poético passeia por lembranças dos seus mortos. Lembranças que viajam (des)ordenadamente “ Por campos de outrora/e pelos campos do meu sonho”, deixando o eu poético entre a fugacidade das lembranças e a saudade de nostálgicas imagens. Poema cuja concisão consegui atingir a etérea essência da saudade.
Belo poema!


Visitação

(Luciano Maia)



O meu olhar demorou
mas por fim entreabriu
o quadro emoldurado de luz e neblina
onde galopam os alazões
da longa e enluarada
noite dos meus mortos.
Por campos de outrora
e pelos campos do meu sonho
agora eles viajam
e regressam num instante
enquanto demoramos em sua falta.


(Obs.: o autor autorizou a postagem do poema acima.)

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