sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Inclemências, de Jose Aparecido Botacini

Difícil discernir se é a vida ou se é o próprio eu poético a causa de tanta desilusão. Impotência, inércia e indolência perfazem o eu do poema. Este lamenta com a maturidade dos muitos e longos anos de reflexão. Nem mesmo a razão tem alguma valia. Algo maior se sobrepõe: o fim das ilusões e dos sonhos. Tal fim é, de fato, inclemente. Bom é saber que isso também pode servir ao fazer poético. (Poema encontrado na internet.)


Inclemências

(José Aparecido Botacini)


No alforje onde guardei
minhas ilusões sobraram
apenas os restos de mim.
Atentei contra o meu peito,
fiz sangrar meu coração...
Desejei este vil sofrimento...
Não é apenas a falta do que ser,
é o preço que se paga por não ser;
É torpe pensar em grandeza,
quando nossos sonhos são (miúdos)
ou nos falte destreza para lutar.
“Amiúde cerro meus ouvidos
e cego, transito pelos labirintos
obscuros entre as fronteiras
da loucura e da lucidez”.
Recobro os meus sentidos,
porem tudo a volta de mim
continua sem providências.

“A desilusão é a mãe
de toda a inclemência”


(Obs.: o autor autorizou a postagem do poema acima.)

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